quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Desabafo quanto a segurança de nosso país.

Nos últimos 4 meses, uma onda de assaltos vem acontecendo na região onde moro. Prá se ter uma idéia, minha vizinha de frente já foi assaltada 3 vezes em menos de um ano e meu vizinho, 6 casas acima da minha, 2 vezes em menos de 1 mês. Terça-feira da semana passada por volta das 10:15 da manhã, eu voltava para casa do varejão quando me deparei com a rua cheia de policiais. Um vizinho teve sua casa invadida por bandidos e quando o vizinho ao lado de sua casa ouviu um barulho de tiro chamou a polícia e os ladrões fugiram levando  o cara como refém.

Neste feriado nós fomos para o Rio visitar meu irmão, ontem quando voltávamos pela linha amarela, o trânsito de repente parou, já ficamos preocupados e ao avançar mais um pouco lentamente pudemos avistar alguns policiais fortemente armados com uma espécie de metralhadora, (o negócio era enorme) sinalizando para que os carros passassem,  pois havia uma batida entre dois carros. Acontece um acidente entre dois veículos, a polícia tem que vir dar cobertura para que as vítimas não sejam mais uma vez vítimas agora do crime. Ainda em minha cidade quando ocorre um acidente deste tipo, se não houver vítimas fatais, os envolvidos tem que se dirigir a uma delegacia próxima para execução do BO.

Não é a pobreza que causa a violência. Se assim fosse, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam, índices de violência muito menores do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades. E o País estaria completamente desestruturado, caso toda a população de baixa renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a cometer crimes. Outros dois fatores para o crescimento do crime são a impessoalidade das relações nas grandes metrópoles e a desestruturação familiar, porque sem laços familiares fortes, a probabilidade de uma criança vir a cometer um crime na adolescência é maior. Mas a desestruturação de sua família pode ter sido iniciada pelo assassinato do pai ou da mãe, ou de ambos.

Essa desestrutura familiar, não quer dizer, necessariamente, ausência de pai ou de mãe; ou modelo familiar alternativo. A desestrutura tem a ver com as condições mínimas de afeto e convivência dentro da família, o que pode ocorrer em qualquer modelo familiar.

Também não é o desemprego. Mas o desemprego de ingresso, quando o jovem procura o primeiro emprego, objetivando sua inserção no mercado formal de trabalho, e não obtém sucesso – tem relação direta com o aumento da violência, porque torna o jovem mais vulnerável ao ingresso na criminalidade. Na verdade, o desemprego, ou o subemprego, mexe com a auto-estima do jovem e o faz pensar em outras formas de conseguir espaço na sociedade, de ser, enfim, reconhecido.

Sem conseguir entrar no mercado de trabalho, recebendo um estímulo forte para o consumo, sem modelos próximos que se contraponham ao que o crime organizado oferece (o apoio, o sentimento de pertencer a um grupo, o poder que uma arma representa, o prestígio) um indivíduo em formação torna-se mais vulnerável.

O crescimento do tráfico de drogas, por si só, é também fator relevante no aumento de crimes violentos. As taxas de homicídio, por exemplo, são elevadas pelos “acertos
De conta”, chacinas e outras disputas entre traficantes rivais.

E, ainda, outro fator que infla o número de homicídios no Brasil é a disseminação das armas de fogo, principalmente das armas leves. Discussões banais, como brigas familiares, de bar e de trânsito, terminam em assassinato porque há uma arma de fogo envolvida.
Alguma coisa de muito errada acontece na nossa segurança pública. Aumentar a quantidade de policiais não necessariamente significa dar um acréscimo de qualidades às instituições. Existe uma lógica muito morosa por trás destas circunstâncias que faz com que grande parte das queixas registradas nunca sejam investigadas, muito menos virem processo remetidos a justiça. Violência não se combate na marra, com tiros e mortes de bandidos,  já que a polícia do nosso Estado é uma das que mais matam neste país.

Violência se combate com inteligência (estratégias de curto e médio prazo), integradas a políticas sociais que impeçam a adesão de novas pessoas ao mundo do crime (estratégia de longo prazo). A isso se somam um plano verdadeiro de re-socialização das nossas unidades prisionais, ao invés de serem depósitos fétidos de bandidos, onde os que lá estão se aperfeiçoam nos conhecimentos criminais.

O Brasil é um país maravilhoso, em termos de clima, paisagem, pessoas, agricultura, indústrias, tecnologia, tudo.

O que é que nossos governantes estão esperando para nos dar um país lindo de se viver, com tranqüilidade, paz, segurança?

Quando é que o homem vai parar de ser egoísta e pensar no seu próximo?

3 comentários:

  1. Sem comentários querida!!!!!Assino embaixo de tudo o que vc escreveu e faço a mesma pergunta:
    Quando o homem vai deixar de ser egoísta e pensar no próximo?Isso já passou dos limites....
    beijos

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  2. Andra, que susto ! quando vi o título do seu post pensei que tivesse acontecido algo com vc ou com sua família... ainda bem que foi só um desabafo... mas acho qu vc também deve tomar cuidado... com tantos casos de violência acontecendo próximos da sua casa... é nessas horas que não sinto saudades da terrinha...

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  3. Andréa, já sofri um sequestro relâmpago aqui em Maceió, passei 2 horas com os assaltantes e sei bem o que é a sensação de insegurança. Hoje,ando atenta e assustada com qualquer coisa. É um absurdo a violência como está. E o pior, não vejo sinal de mudança em nosso País.

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