Vejam vocês, escolhi aquele assunto sobre desgaste de casamentos aleatoriamente, só pra não ficar falando somente sobre filhos e festas, já que meu objetivo é ter um blog que fale de tudo um pouco.
Postei aquele artigo no domingo e eis que na segunda-feira meu marido me liga a tarde e diz:
- Oi
- Oi mo, (abreviação de amor) tudo bem?
- Tudo jóia e vc?
- Tudo bem?
- Vc. está ocupada? Demorou pra atender.
- Não, estou colocando algumas coisas em ordem, eu estava longe do telefone.
- Ah, tá! Só liguei pra falar um oi
( A coisa mais rara do mundo, é ele me ligar durante o dia. Só prá dizer um oi então, nem se fala)
- Nossa que coisa boa!!!!!!!!!
- É. Só queria ouvir sua voz, estou meio down hoje.
(Outra raridade. Meu marido trabalha excessivamente, isso pq ele tem um negócio próprio, então se trabalha tem $$, se não trabalha, não em seu salário garantido no final do mês, não tem hora, férias, feriados, sábados e até mesmo alguns domingos, porém nunca reclama, nunca está cansado, sempre disposto, sempre de bem com a vida)
- O que aconteceu Van?
- Sei lá, to sentindo uma coisa estranha, estou meio triste.
- Não fica assim não.
- Tudo bem já vai passar. Eu vou melhorar, não é dia mas vc toma um vinho comigo hoje?
- Claro, só que estamos sem.
- Tudo bem, vou chegar com uma garrafa em baixo do braço.
- Combinado!
Aí minha cabeça já começa a maquinar. Bom, se ele vai trazer um vinho, vou fazer um jantarzinho especial. Depois de fuçar em várias receitas, resolvi fazer um medalhão de filé ao molho de gorgonzola. Morria de medo de fritar um medalhão e deixá-lo cru.
Corri no mercado e comprei os itens abaixo:
Minha intensão era preparar uma entradinha de melão com presunto e espetinhos de damasco ou uva, tomate cereja, azeitona, manjericão e queijo branco.
Prato principal, arroz com uva passa e castanha de caju, tomates rechados e o medalhão.
Passei na escola, peguei as crianças, voltei prá casa, coloquei o Nicolas no banho, temperei os medalhões com sal, pimenta, alho, alecrim e vinho branco...
Eis que toca o telefone. Era meu irmão, dizendo que minha mãe havia sofrido um acidente doméstico e se eu poderia levá-los ao hospital já que ele não dirige.Gente, minha mãe escorregou em um degrau quando foi recolher a roupa do varal, resultado: Um imenso hematoma no lábio superior, em baixo do queixo, os dois joelhos roxos, e os dois braços engessados devido à uma fratura no pulso direito e outra no cotovelo esquerdo.
Eu sempre tive comigo que é nosso dever ajudarmos a quem precisa, quando se trata de familiares então, não temos nem que pensar, mas confesso, levei um susto, não sabia o que fazer, como agir, como seria. Nunca tive que cuidar de alguém enfermo, até hoje só cuidei de meus filhos, mas não poderia jamais deixar de ajudar minha mãe. Tive medo.
Chegamos do hospital por volta das 2:30 da madrugada, trouxe ela pra casa, eu a troquei, a coloquei na cama
Hoje pela manhã escovei seus dentes, troquei sua roupa, dei café da manhã na boca, almoço, lanche, banho, passei a roupa que ela ía recolher, tudo o que vocês podem imaginar. Resultado: Fácil, gratificante, dever cumprido (do 1º dia é claro).
Quinta-feira ela volta ao hospital para ver se terá que operar o pulso, já o outro braço só daqui 15 dias prá ver como está.
Meu marido, amigo, companheiro renunciou sua vontade de tomar um vinho, levantou seu ânimo, me apoiou, ouviu, e ficou ao meu lado mais uma vez.
Tenho um novo desafio pela frente, torçam por mim.
Um beijo e até a próxima.